O Ano de São José: Pai na ternura

Neste mês continuamos a meditar sobre a Carta Apostólica Patris Corde (“Com coração de pai”), do Papa Francisco, por ocasião do 150º aniversário da declaração de São José como padroeiro universal da Igreja.

São José nos vem apresentado pelo Papa Francisco como um pai na ternura, que via Jesus crescer dia a dia, ensinando-Lhe a andar, segurando-O pela mão. Comovente paralelo traça o Papa Francisco, entre a ternura de Deus para com o povo de Israel e a ternura de José para com Jesus: de Deus, escutando na Sinagoga os textos que falavam sobre o Deus terno, São José aprendeu a perceber a ternura do Senhor em todas as suas obras e, procurou resplandecer essa ternura em suas ações.

Este Deus terno nos ensina que seu amor por nós se mostra também em nossas fragilidades: Ele não conta conosco somente em nossas vitórias, mas também em nossas caducidades, pois nessas fraquezas aprendemos que não podemos nos deixar encher de orgulho, autossuficiência ou soberba. Sem Ele nada podemos fazer! E os momentos de debilidade nos recordam isso.

A ternura é, portanto, o melhor modo de enxergar nossas fraquezas, relembra-nos o Papa. Pois o Espírito Santo no-las expõe, para que possamos, através delas, crescer na confiança em Deus e na sua misericórdia. Ao contrário, o Diabo nos acusa a todo o momento, dizendo que para nós não há salvação, não há mudança, não há conversão. Já estamos condenados! O Papa, porém, nos recorda que devemos aprender a nos olhar com o olhar terno do Pai, que não ama o pecado, mas ama os pecadores, os acolhe com dignidade, perdoa-os, ergue-os e prepara-lhes um banquete de festa ao seu regresso.

Várias vezes José deve ter se sentido angustiado. E a história da salvação, o projeto de Deus, que manifesta sua misericórdia, passa muitas vezes por essa angústia. São José, assim, nos ensina que devemos acreditar que Deus pode intervir na história, inclusive através de nossos medos, nossas caducidades, nossas fragilidades. São José nos ensina que devemos deixar Deus tomar o controla da nossa barca, precisamos superar a tentação de querer controlar tudo. São José nos lembra que só Deus é capaz de ver ao largo.

Pe. Max Celestino Sales de Almeida

Pároco